sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Metodologia




A Apossibilidade de descrever o processo de estudo e as análises pretendidas apontando as dificuldades, as facilidades, as incertezas, a tomada de decisão e outros eventos significativos, são fundamentais para o estabelecimento de um processo investigativo que pretende consolidar a participação e colaboração entre pesquisador e professores. Essa forma de trabalho funda-se nos princípios da pesquisa-ação que supõe ampla e explícita interação entre pesquisador e professores.
As decisões, a formação coletiva, os encontros e desencontros de idéias concepções e posturas profissionais para elaboração do plano de gestão de uma escola bilíngüe, mesmo significando o enfrentamento de grandes debates, acaloradas discussões e prolongados diálogos, são o eixo fundamental do processo formativo e cenário próspero para pesquisa. Esta análise nasce nas indagações dos professores sobre suas condições de prática pedagógica elaborada na intuição ou experimentação de propostas orientadas pelo pressuposto de compensação visual. Neste sentido, o profissional ouvinte que ainda não aprendeu a língua de sinais ancora a sua prática nas referências que realiza com um aluno ouvinte inserindo ou substituindo alguns elementos visuais que possam favorecer a comunicação. Ergue-se uma grande questão como destaca uma professora: “não basta que ele compreenda, se ele compreende como eu faço, eu preciso conversar com ele, sabe o que ele pensa sobre.”
Portanto, sugerimos a participação de instrutores surdos e de um intérprete educacional de Língua Brasileira de Sinais em reuniões semanais para planejamento e elaboração de projetos pedagógicos pela equipe de professores.
Os debates explicitam as ansiedades que revelam o desconforto com a diferença de proficiência e domínio das línguas em questão.

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Porque uma Escola Bilíngüe...




Atualmente, presenciamos uma discussão sobre a importância da aquisição e aprendizagem de duas línguas - a Língua de Sinais e a Língua Portuguesa. Esta discussão é fundamental para o investimento na qualidade de educação para o surdo. Entretanto, os educadores não podem negligenciar uma discussão fundamentalmente importante – um Projeto Pedagógico que realmente atende às metas educacionais para uma criança surda.
E, a escola porque crítica, problematiza-os tentando exercitar a postura reflexiva e política diante de uma realidade que é ao mesmo tempo dada e transformadora, é transformada pelos seus sujeitos. Assim, poderemos discutir qual o tipo de oferta educativa - classe especial, escola para surdos, escolas com alunos surdos ou salas de recursos para escolas regulares.
Desta forma, procuramos defender o planejamento de uma escola que assume a missão de possibilitar a construção de uma sociedade que garanta a todos os cidadãos a autoria de sua história.
Da mesma forma, reconhece a Língua Portuguesa como elemento cultural de um grupo social majoritário – de ouvintes, e que precisa ter acesso a outra possibilidade lingüística – a Língua Brasileira de Sinais. A garantia de um contexto sociolingüístico bilíngüe representa a possibilidade do exercício da diversidade cultural e lingüística entre surdos e ouvintes.

Escola....Qual é a sua tarefa?



Atualmente, vemos delinearem-se novas perspectivas no contexto educacional da pessoa surda.
A realização deste projeto educacional (educação com bilingüismo para surdos) requer a garantia da presença da Língua de Sinais no contexto educacional que, historicamente, negou a necessidade desta forma de linguagem. Muitas alternativas surgem para suprir esta necessidade. Umas utilizam um instrutor surdo, outras usam monitores surdos que acompanham e/ou participam das atividades pedagógicas juntos aos professores ouvintes e até alternativas em que os educadores surdos assumem a regência de turmas com alunos surdos.

Quem somos...



A escola faz parte de uma comunidade da zona oeste da cidade do Rio de Janeiro na localidade de Vila nova. São 689 alunos distribuídos em 24 turmas composta por 7 classes especiais e um serviço de apoio (sala de recursos). A organização das classes especiais indica 3 Classes Especiais[1] de alunos com Deficiência Auditiva (DA)[2], 2 Classes Especiais (DM)[3] e 2 Salas de Recursos (DA)[4].
[1] Classe especial é a organização de um grupo, com número reduzido de alunos, para o desenvolvimento de prática pedagógica para alunos com necessidades educacionais especiais.
[2] Deficiência Auditiva (DA) é o termo utilizado, nos documentos oficiais para caracterizar a quem se destina o tipo de oferta educacional (CE-classe especial) ou serviço de apoio (Sala de Recursos). Portanto classe especial de deficiência auditiva significa uma turma organizada apenas com alunos surdos.
[3] Deficiência Mental (DM) da mesma forma que a Deficiência Auditiva é um termo que justifica a organização da oferta educacional para o aluno com necessidades educacionais especiais originadas no contexto escolar a partir da deficiência mental.
[4] Sala de recursos (SR) destina-se a prestar um serviço de apoio a pratica pedagógica com aluno surdo.